Era uma vez um Lion e uma Margarida e um fantástico entardecer. Após longos dias de invariáveis contratempos, mind encarnados em pesadelos e borras coloridas, ambos precisavam de um lânguido banho de sol. Lion bocejara seu desejo por um piquenique e Margarida imediatamente comprara a idéia. E os ingredientes para os quitutes primaveris que preparara. 

Um pouco de antes de partirem Lion estava todo alvoroçado e disse que precisava sair por alguns minutos e já voltaria. Como normalmente era preguiçoso deixou Margarida curiosa com seu comportamento, mas ela tinha tantas miudezas para organizar que logo esqueceu. 

Pouco tempo depois Lion voltou, todo ensopado. Começara a chover. Margarida ficou desapontada, imaginou que acabara qualquer chance de fazer o piqueninque, mas Lion prontamente avisou: 

– Que nada, essa chuva vai passar. Prometo.

Ele fora tão assertivo que mesmo em meio a embaçadas dúvidas, ela aquiesceu e prosseguiu.

Quando saiam, ainda na varanda, Margarida olhava a chuva que caía espessa e não disfarçava seu desapontamento.  Lion abraçou-a e repousou a pata pesada na curva do quadril dela. Neste momento ela começou a se sentir morna e percebeu que pouco a pouco a chuva cedia e o sol penetrava o véu das nuvens. Ela sorriu. Lion pressionou a pata conduzindo-a, e assim tomaram o caminho da roça. 

E nesse caminho, emoldurando o céu que se abria, figurava o mais belo e largo arco-íris de nove cores que já existiu.

Margarida, embevecida, perguntou:

– Foi você, Lion?

Com um sorriso jocoso ele respondeu que não. Mas ela sabia que sim.